(Lusa) - O presidente do grupo japonês Nemoto, com duas fábricas de química fina em Pombal, recebeu hoje em Tóquio do embaixador português, em representação do Presidente da República, as insígnias de oficial da Ordem do Mérito.
O grupo tem, desde dezembro de 1989, uma filial em Pombal, a Nemoto Portugal Química Fina, e duas fábricas na mesma cidade que, em colaboração com as universidades de Coimbra e de Aveiro, produzem pigmentos fosforescentes e fluorescentes, que são exportados para todo mundo.
"Naquela época muitos me fizeram a mesma pergunta: ‘Porquê Portugal?' Foi num período em que [o país] se tornava membro efetivo da União Europeia e com o euro registou um rápido crescimento", explicou Ikuyoshi Nemoto, que dirige o grupo desde 1963, na cerimónia da sua condecoração em Tóquio. Ao recordar que o objetivo da entrada em Portugal era "fabricar tintas fluorescentes de alta qualidade para iluminar todo o planeta", o empresário salientou o sucesso da aposta por o país ser "um local estratégico do ponto de vista político e geográfico", pois insere-se na Europa e oferece acesso privilegiado ao "enorme mercado dos EUA". "Em Portugal trabalham funcionários muito dedicados e com alta capacidade", disse, sublinhando que, "apesar da crise económica mundial, [a empresa] consegue registar resultados positivos no encerramento das contas, que possibilitam até a distribuição de dividendos".
Antes de chegar a Portugal, este grupo tinha uma produção no Japão de 10 toneladas por ano. Só em terras lusas, a empresa produziu nos últimos 22 anos cerca de 6.000 toneladas de tintas fluorescentes, tendo, assim, uma produção na ordem das 300 toneladas anuais, o que torna a fábrica de Pombal "na maior produtora de tintas fluorescentes do mundo", constatou o presidente. "Tudo isto se deve ao apoio do nosso parceiro, a Sojitz Co., e do Governo português", sublinhou Nemoto ao dedicar a sua condecoração a "todos os que contribuíram para a evolução [da empresa] em Portugal".
O embaixador de Portugal no Japão, José de Freitas Ferraz, realçou que a condecoração de Ikuyoshi Nemoto "expressa o reconhecimento e gratidão pelo seu enorme contributo para a aproximação entre Portugal e o Japão". "A economia é o elemento mais importante para estreitar as relações entre os povos, viabilizando os intercâmbios nas áreas culturais e científicas", observou o diplomata.
O grupo Nemoto foi fundado em dezembro de 1941, depois de a família que lhe deu nome ter perdido a fortuna na sequência do terramoto de 1923. O pai de Ikuyoshi começou a trabalhar como jornalista e foi na redação que leu uma notícia sobre a utilização de pigmentos fosforescentes e fluorescentes na Alemanha, tendo decidido avançar com o negócio no Japão. A Nemoto conta hoje com 1.200 trabalhadores e 18 empresas na área da química, precisão, alta tecnologia e saúde, com presença não só no Japão e em Portugal, mas também na Suíça, Holanda, Itália, Coreia do Sul, Hong Kong e China continental. No Japão, há mais de 20 anos que os Nemoto são apoiantes e financiadores da Sociedade Luso-Nipónica de Tóquio.
5ABRIL.2012