13 de outubro de 2010

Eleição de Portugal para o Conselho de Segurança das Nações Unidas

O Presidente da República, Prof. Cavaco Silva, recebeu hoje “com satisfação” a notícia da eleição de Portugal para o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Num comunicado publicado no site da presidência o Presidente da República atribuiu esta eleição a “um sucesso da nossa diplomacia”: “Quero dar público testemunho do meu reconhecimento pelos esforços de todos quantos, em Nova Iorque, em Lisboa, e nas várias capitais e organizações internacionais em que Portugal está representado, estiveram envolvidos na promoção da candidatura portuguesa. Quero, ainda, agradecer, muito sensibilizado, a expressão de confiança de todos os países que se bateram pela candidatura portuguesa bem como de todos quantos entenderam conceder o seu voto a Portugal.” PR Cavaco Silva afirmou ainda que “esta eleição reflecte o reconhecimento por parte da comunidade internacional do firme compromisso do nosso País com os valores e objectivos das Nações Unidas.”

O Primeiro-Ministro, Eng. José Sócrates, fez questão de felicitar o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado e a equipa do seu ministério “e todos os diplomatas que ao longo de todos estes anos se envolveram nesta campanha de afirmação do país nesta eleição”: “Saúdo aqueles que estão neste momento em Nova Iorque a acompanhar a votação, o nosso representante permanente junto das Nações Unidas, embaixador Morais Cabral, e também o Secretário de Estado (dos Negócios Estrangeiros) Cravinho, que acompanhou as votações”, referiu, estendendo a felicitação aos outros membros eleitos hoje para o Conselho de Segurança: Alemanha, Colômbia, África do Sul e Índia. Segundo o Primeiro-Ministro, o facto de Portugal passar a fazer parte do Conselho de Segurança a partir de janeiro de 2011 “confirma e, de certa forma, afirma, a política externa num ciclo de reforço da posição e da influência portuguesa no concerto da política internacional”. e que “esse ciclo começou com a presidência portuguesa da União Europeia, prolongou-se com a presidência da CPLP, da Conferência Ibero Americana, com a presidência também das Comunidades das Democracias e prolonga-se agora também para aquilo que é um grande evento que se vai realizar em Portugal, a cimeira da NATO”. 

PM José Sócrates referiu ainda que os principais desafios que esta eleição traz ao país se confundem com os princípios da sua política externa: “A defesa da paz, da resolução pacífica dos conflitos, a afirmação do multilateralismo como forma de regulação das principais questões que se colocam ao mundo, não apenas no que diz respeito à gestão de conflitos, mas no que diz respeito a todas as matérias que são importantes para o desenvolvimento dos povos”. 

MNE Luís Amado referiu que “esta eleição foi muito disputada, nós estávamos a competir com dois dos principais, se não, neste momento, com os principais atores internacionais do grupo ocidental das Nações Unidas, a Alemanha e o Canadá”,e que “o resultado da primeira volta revela bem a dificuldade desta disputa”, assinalando que Portugal teve aí 122 votos, a Alemanha 128, “exatamente os votos necessários para ser eleita à primeira volta”, e o Canadá 114. “Isso revela bem a dificuldade desta campanha”, considerou. “A partir do momento em que conseguimos garantir uma liderança em relação ao Canadá para a segunda volta, eu tive a esperança de que numa das voltas seguintes nós poderíamos ter o apoio da maioria dos membros do Conselho, os dois terços necessários, e acabámos por ter 150 votos, um resultado muito expressivo, que revela bem que Portugal é hoje um país respeitado, com credibilidade na cena internacional”, acrescentou o MNE Luís Amado, que afirmou ainda que esta foi uma campanha “disputada até ao fim” e “até ao último dia”.