27 de dezembro de 2009

Mensagem de Natal do Primeiro-Ministro

Prezados concidadãos,

Dirijo-me a todos, cumprindo com gosto esta boa tradição portuguesa da Mensagem de Natal.

O Natal é o tempo do reencontro, da família, da solidariedade. E é também o tempo da esperança.

É destas duas palavras que vos desejo falar: de esperança e de solidariedade.

Palavras apropriadas a esta quadra do Natal. Mas, sobretudo, palavras necessárias aos tempos que vivemos.

Em primeiro lugar, a esperança.

O ano de 2009 ficou marcado em Portugal como, de resto, em todos os países do Mundo, pelos efeitos da maior crise económica e financeira dos últimos 80 anos. Este foi, portanto, um ano de grande exigência para todos, famílias, trabalhadores e empresas.

Mas com a intervenção do Estado, no momento certo, foi possível estabilizar o nosso sistema financeiro, apoiar as famílias, apoiar as empresas, estimular a economia.

A crise económica mundial persiste, é certo, mas há agora sinais claros de que estamos a retomar lentamente um caminho de recuperação.

Temos, porém, ainda muito trabalho pela frente.

Precisamos de investimento público que crie emprego.

Precisamos de investir nos domínios que são essenciais à modernização do nosso país: as infra-estruturas de transportes e comunicações, as escolas, os hospitais, as barragens, as energias renováveis. Precisamos de continuar a apoiar as nossas empresas, com particular atenção às pequenas e médias empresas, às empresas exportadoras, às empresas criadoras de emprego.

Precisamos de continuar a apostar na qualificação dos portugueses, estendendo a escola para todos até ao 12.º ano, promovendo a frequência do Ensino Superior, apostando, como temos feito no Ensino Profissional e no programa Novas Oportunidades, que já tem mais de um milhão de inscritos.

A esperança num ano de 2010 com crescimento da economia e do emprego tem uma razão de ser: é a confiança nas capacidades dos portugueses. Esta é a nossa responsabilidade: estar à altura dos desafios dos tempos exigentes que atravessamos.

O Natal é também o tempo da fraternidade e da solidariedade. Ora, ser solidário é apoiar mais quem mais precisa. E é isso que temos procurado fazer, aumentando as pensões mais baixas, alargando a protecção no desemprego, atribuindo bolsas para a frequência do Ensino Secundário aos alunos mais carenciados, e, designadamente, aumentando mais uma vez, de forma significativa, o valor do salário mínimo.

Mas ser solidário é também apoiar as famílias. E por isso temos feito subir o valor do abono de família e temos em curso o maior programa de sempre de investimento em creches, para ajudar as jovens famílias a cuidar dos seus filhos.

Esperança, confiança, solidariedade. Os portugueses sabem que podem contar, da minha parte, com confiança, energia e determinação na resolução dos problemas do País. É com este espírito e com esta atitude que encaro o ano de 2010. E sei que é também esta a atitude dos portugueses e das portuguesas que todos os dias dão o melhor do seu esforço e do seu talento em nome das suas famílias, dos seus filhos e do seu País.

Caros concidadãos:

Neste ano que agora termina há um acontecimento que quero recordar, pelo que ele representa de afirmação de Portugal no mundo. No passado dia 1 de Dezembro, entrou em vigor o novo Tratado da União Europeia, o Tratado de Lisboa.

O nome da capital de Portugal ficará, a partir de agora, associado à construção de uma Europa mais forte e mais capaz de se afirmar no mundo para defender os valores da paz, do desenvolvimento, da coesão e da democracia.

É também meu dever, que cumpro com satisfação e orgulho, saudar e expressar o meu profundo reconhecimento aos militares portugueses em missões de paz no estrangeiro que, com a sua acção, têm dado um contributo ímpar para a afirmação de Portugal no mundo.

Quero também dirigir uma palavra de solidariedade e de apoio aos que foram afectados pelas recentes intempéries.

Quero garantir-lhes que o Governo usará todos os instrumentos para os ajudar a superar as dificuldades e para retomar a actividade económica nas zonas mais afectadas.

Quero, finalmente, dirigir uma palavra especial de saudação aos nossos compatriotas espalhados pelos vários cantos do mundo que nesta época têm no seu espírito as suas famílias, os seus entes queridos e o seu País.

A todos os portugueses e às suas famílias quero desejar um Feliz Natal e um bom Ano Novo.

Boas Festas.

25 de Dezembro de 2009

http://www.ionline.pt/itv/25223-mensagem-natal-ainda-ha-muito-trabalho-pela-frente