A exposição, constituída por 24 painéis de média dimensão, foi concebida por Ana Paula Laborinho, professora na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A investigadora, também Presidente do Instituto Camões, foi responsável pelo guião e pelos textos introdutórios aos vários cartazes e pela selecção das passagens inseridas da Peregrinação, a grande obra escrita pelo aventureiro e explorador português do século XVI, que relata a sua experiência no Oriente.
O tratado, que ainda hoje é o documento base vigente do relacionamento bilateral, «formalizou o ‘reencontro’ entre Portugal e o Japão depois de um século de profundas, ricas e expressivas relações diplomáticas, comerciais e culturais (de
Está previsto que, depois da inauguração, em data ainda a definir, a exposição circule pelo Japão, uma vez que foi concebida de raiz para ser uma mostra destinada a itinerar pela rede de leitorados, centros de língua e centros culturais do IC no mundo, sendo para o efeito distribuída em suporte digital ou pela internet e depois localmente impressa e exibida. Para além do Japão, a África do Sul, a Alemanha, a Finlândia, a França, a Índia, a Itália, a Malásia e a Tailândia são países em que a exposição deverá ser mostrada. Será igualmente exibida no Oriente durante a 3ª viagem à volta do mundo do navio escola Sagres, da Marinha Portuguesa.
A tradução para japonês da exposição, cujas ilustrações estiveram a cargo de
«Não há dúvida de que Fernão Mendes Pinto foi uma figura que teve muita importância» na ligação entre Portugal e o Japão, visto ter sido o explorador português o financiador ou um dos principais promotores da acção de evangelização no Japão de Francisco Xavier, que depois encontra quando ali se desloca numa missão que lhe é dada pelo governador de Goa.
O discurso expositivo assenta em cinco núcleos, o maior dos quais é o terceiro, centrado na própria Peregrinação. A foi sobretudo a de destacar a obra, porque é tão rica que «basta ler para percebermos muito do que se pretende», embora em muitos casos a curadora «também tenha usado como estratégia um pequeno título que serve como orientação de leitura para o excerto», que depois inclui, isto sem esquecer a inserção de «algum texto explicativo».
Um dos painéis da exposição é expressamente dedicado ao Japão, com o subtítulo A Cidade de Deus, porque para Fernão Mendes Pinto «o Japão é a Cidade de Deus».