21 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas



É chegado o Natal, festa da família, tempo de encontro, solidariedade e partilha. São valores humanos bem caros aos portugueses e vividos de forma especial por aqueles que se encontram longe do pais. É justamente a eles, às Comunidades Portuguesas, que me quero dirigir. Aos que nos visitam e recebemos com alegria e aos que desta vez ficaram nos países de acolhimento e recordamos com saudade. 

O mundo transforma-se hoje a um ritmo acelerado e as nações procuram adaptar-se à mudança. São conhecidas as dificuldades que Portugal atravessa. Não adianta tentar escondê-las ou negá-las. Os recursos à disposição do Pais são hoje menores. É uma realidade que não nos e exclusiva: todos os países, incluindo as economias mais avançadas da União Europeia, tentam ajustar-se as novas realidades, que implicam uma cuidadosa afectação dos recursos e impõem escolhas difíceis. 

Não podemos porem permitir que os obstáculos nos desanimem, sobretudo nesta época natalícia, que é também de esperança. Em diversos períodos da historia os Portugueses demonstraram determinação, capacidade de trabalho e solidariedade entre os seus elementos, que lhes permitiram ultrapassar situações de enorme dificuldade. 

No mundo globalizado em que vivemos, Portugal possui um valor estratégico inestimável para ultrapassar a presente conjuntura. Refiro-me naturalmente as nossas Comunidades. Ultrapassados que estão definitivamente certos preconceitos do passado sobre a emigração, as Comunidades Portuguesas são hoje reconhecidas como dinâmicas e viradas para o futuro. Elas dão ao nosso Pais uma dimensão suplementar, que se reflecte não apenas nos números mas numa mais abrangente visão do mundo. A Diáspora Portuguesa representa um património humano ímpar, fundamental para dar resposta as dificuldades que colectivamente enfrentamos. 

Desde que assumi funções, tive oportunidade de contactar com diversas Comunidades, auscultar as suas aspirações e conhecer os seus problemas. Reconheço que alguns dos ajustes que fomos obrigados a fazer têm impacto sobre algumas delas. Embora compreendendo o seu desagrado, não posso deixar de assinalar que estas medidas, em tudo semelhantes as adoptadas por outros membros da União Europeia, eram inevitáveis. 

Dito isto, os grandes objectivos a que nos propusemos:
. valorizar as nossas Comunidades, 
. desburocratizar e tornar mais próximo o serviço consular, 
. fomentar a participação cívica e politica, 
. apostar na Língua Portuguesa como elemento estruturante da nossa Diáspora
- não apenas se mantém como estamos já a trabalhar para a sua concretização. 

As permanências consulares, que visam levar serviços consulares directamente aos 
utentes estão já em fase de implementação e serão usadas nas localidades onde não existe acesso próximo a um posto consular. É uma reforma da maior importância que permite ainda demonstrar como Portugal pode também estar na vanguarda das tecnologias. 

O ensino do Português e a divulgação da nossa cultura conheceu uma profunda reforma, estando já a trabalhar-se no sentido de se garantir a certificação de aprendizagens obtidas, de se envolverem mais as Comunidades nas suas dinâmicas  e de se esbaterem as diferenças entre Países. 

A aposta na renovação dos quadros mais activos das nossas Comunidades reflectiu-se já na realização de diversas iniciativas dirigidas a participação dos luso-eleitos, das mulheres, dos jovens e dos dirigentes associativos. 

Caros compatriotas, 

Não quero também nesta mensagem de modo nenhum esquecer aqueles que enfrentam graves problemas nos países de acolhimento, em particular os que são afligidos por graves situações de insegurança e violência, sequestros e ate homicídios, como também os que, por falsas informações ou expectativas ou em consequência da crise económica internacional, foram encontrar situacoes muito diferentes das que esperavam e mereciam. 

Num momento em que nos confrontamos com um aumento muito significativo da nossa emigração, a todos queria deixar uma palavra de solidariedade e a certeza de 
que continuaremos a acompanhar de perto as suas situacoes e a envidar esforços para que elas melhorem. 

Aproveito ainda esta ocasião para, como já fiz no passado, pedir a todos os emigrantes que nesta quadra viajam por estrada para que sejam prudentes, sigam as indicações de transito e colaborem com as autoridades. Tudo temos que fazer para garantir a segurança rodoviária e evitar tristes acidentes que mancharam no passado as ferias de tantos. 

assim a festa do Natal será isso mesmo: uma celebração da vida e da família

A todos os Portugueses na Diáspora desejo um Feliz Natal e um Prospero Ano Novo. 

José Cesário
Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas