20 de dezembro de 2010

Exposição no Museu do Oriente, em Lisboa: JOSÉ DE GUIMARÃES NO JAPÃO. OBRAS PÚBLICAS 1994- 2010

JOSÉ DE GUIMARÃES
JOSÉ DE GUIMARÃES NO JAPÃO. OBRAS PÚBLICAS 1994- 2010

Maquetas e fotos de obras públicas da autoria de José de Guimarães, instaladas em cidades do Japão, podem ser vistas no Museu do Oriente até 9 de Janeiro de 2011.
A mostra, instalada no Átrio do museu, apresenta um total de 22 maquetas, 17 fotografias e 14 livros representando a obra pública que José de Guimarães realizou no Japão entre 1994 e 2010.
A obra pública do artista, resultante da escultura moderna aplicada a matérias-primas industriais, integra-se nos processos de requalificação urbana locais, interagindo com o quotidiano dos cidadãos e defendendo a preservação ecológica e patrimonial, numa perspectiva moderna e cosmopolita.       
José de Guimarães descreve, deste modo, o seu já longo trabalho em território japonês:
"De entre os vários países do mundo onde tenho realizado obras de arte pública, o Japão é, sem dúvida, onde mais profundamente as minhas obras se encontram espalhadas e onde realizei distintos e vários projectos – variados nas formas e nos conceitos. Tão variados que vão desde os desenhos de uma importante sinalética, peças únicas, para a Biblioteca de Miagy, em Senday, até ao conjunto de esculturas de grande porte para o “Caminho de Meditação” de Tsumari, ou para o “Adress Project” de Daikanyama ou o “Faret” em Tachikawa, ambos em Tóquio. Ou ainda o recente projecto de Setouchi (2010) – construção de vários equipamentos urbanos em sete ilhas do mar interior – esculturas de informação, com especificidades inerentes a cada uma das ilhas. Mas, Kushiro foi sem dúvida o mais complexo e completo dos projectos japoneses. Kushiro é uma cidade numa ilha piscatória situada na ilha de Hokaido, que sofre as influências dos ventos frios da Sibéria e onde residem os Ainus, os primeiros estrangeiros mongóis que habitaram o Japão e que, no século XVIII, foram dizimados pelos habitantes do sul. Os problemas sociológicos daí inerentes, aliados ao clima deprimente – nevoeiro permanente durante parte do ano – fazem decrescer a população, com abandono dos jovens para os grandes centros urbanos. Era necessário amenizar este problema. Para isso, propôs-se uma intervenção através da criação de um conjunto de objectos/esculturas fortemente coloridas e com luz de néon, disseminados por uma extensa área. Equipamentos urbanos, postos de informação e abrigos, fontes, pavimento com desenhos, grandes totens de iluminação, luminárias com luz de fibra óptica, elementos de néon integrados em edifícios, etc. Este projecto foi inaugurado há 10 anos, continua actual e com grande aceitação por parte da população local.
Hoje mais de 400 peças únicas de arte pública podem ser vistas no Japão.”
José de Guimarães, 2010